Austin, Searle e Grice na Ciência da Informação


 Após a introdução sobre os teóricos da linha pragmática,  por incrível que pareça, percebemos diferenças entre Austin e Searle mesmo após saber que um deu continuidade ao trabalho do outro. Além da lógica simbólica da teoria de Austin, Searle acrescenta a noção naturalista, que assim como  Chomsky, acreditava que a linguagem pertence à biologia humana. O estudo da Linguagem é multidisciplinar, assim como o campo da Ciência da informação, pois percorre os caminhos da filosofia, psicologia e neste caso, até da biologia.

A linguagem pode ser utilizada através de documento para transmitir mensagens e como atravessam tempo e espaço, podem gerar ambiguidades de entendimento já que os interlocutores não estão mais cara a cara. A linguagem como Ciência “impõe” o controle de significados. Na CI o uso da linguagem é usado para controles de significados e terminologias e construção de instrumentos: tesauros e tabelas para classificação. Na linha filosófica de representantes como:  Wittgenstein, Austin, Searle, Habermas, Grice com sua proposta de pragmática,  a linguagem tem  a função do documento como meio e instrumento de interação social mediada (Comunicação).  Desta forma temos as relações entre Ciência da Informação e Ciências da Comunicação que vem sendo construída aos poucos e se faz de grande importância já que o  conceito de representação documentária está  voltada a comunicação que se condiciona ao processo de significação através do processo  usuário- sistemas/serviços de informação.

Na CI, os objetos de estudos compreendem em gestão do ciclo da informação desde a geração, transferência e uso da informação, e também abrangendo os estudos documentários. Nas Ciências da Comunicação, o objeto principal de estudo é a transmissão em massa da mensagem  por meio de dispositivos tecnológicos.

Logo, dentro destas Ciências torna-se imprescindível o estudo de linguagem por conta de seus vínculos com as tecnologias de produção e reprodução de informações. No atual cenário social, as barreiras entre o informacional e o comunicacional, a partir  da democratização da produção da informação pelos adventos tecnológicos estão diminuindo. A problemática está no usuário- receptor.

 Por um lado, o usuário dos serviços de informação e produtor de conhecimento multiplica o alcance das suas mensagens. Já o receptor dos meios de comunicação ganha o poder de diálogo direto e de intervenção na outra ponta do processo de produção das mensagens. Aí que entra a CI com seus estudos de transferência da informação pois considera-se que linguagens formalizadas são imprescindíveis para ações de transferência da informação (ou comunicação formal da informação), mas elas têm que refletir uma preocupação com o aspecto comunicacional  e busca da não-ambiguidade. Tem havido, mais recentemente, um movimento de cientistas da informação no sentido de buscar, na filosofia da linguagem ordinária e na pragmática, bases de sustentação para uma nova maneira de ver a relação entre usuários e sistemas de informação. A busca é pela teoria dos atos ilocucionários de Austin e Searle, na teoria da conversação de Grice para fundamentar fundamentos para a sua pesquisas em recuperação da informação:

"Tradicionalmente, a representação de documentos tem sido pensada primariamente como representando o conteúdo intelectual de documentos - sobre o que eles são. A teoria dos atos ilocucionários, quando aplicada à recuperação da informação, mostra que os documentos não têm somente um conteúdo, mas eles têm um uso - de fato, eles podem ter múltiplos usos...” Oricco (2001).

Passa-se, então, a ter uma nova abordagem: a compreensão do texto como um todo, tendo como base a Pragmática, na qual a análise da informação passa a considerar, além do próprio texto, as suas condições de produção e consumo. A Pragmática considera não apenas regras para garantir a inteligibilidade de enunciados, mas leva em conta os contextos de produção, comunicação e uso da informação. Em Austin, o ato ilocucionário, que é a expressão linguística em seu contexto de produção e de entendimento. Em Searle, a visão de que uma mesma proposição pode ser proferida em diferentes atos ilocucionários e o que se afirma é que usuários diferentes, com intenções de uso diferentes, podem usar expressões lingüísticas semelhantes e o que permitirá visualizar essas diferenças serão não as proposições, mas os atos ilocucionários, as conjunturas de realização das proposições.

Grice diz que a cooperação raramente ocorre em situações concretas de comunicação, porém a quastão de sua teoria mas é a violação de uma ou mais máximas, ainda que apenas aparentemente, produzindo as as implicaturas conversacionais.

Oricco (2001), em seu trabalho: “BINÔMIO LINGÜÍSTICA-CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: abordagem teórica para elaboração de metafiltro de recuperação da informação, nos permite compreender no campo científico como as teorias linguísticas ajudam a recuperação da Informação juntamente com as teorias da Ciência da Informação. O trabalho propões a elaboração de metafiltros para recuperação da informação on-line.

 Encontra-se disponível em: http://tede-dep.ibict.br/bitstream/tde/33/1/evelynorrico2001.pdf.

Nesse estudo mencionado abaixo de Patricia Zeni Marchiori , foram aplicadass as máximas de Grice para analisar as categorias agregadas ao princípio cooperativo de Grice a avaliação da atividade colaborativa em ambiente virtual.

Atividade de escrita colaborativa: percepção de alunos, princípio cooperativo de Grice.


Para estabelecer as relações entre as teorias “Austin-Searlistas” e “Griceanas” mais a Ciência da Informação, consideramos publicações (artigos)  que reunissem os dados temáticos (assuntos) em periódicos relevantes na área da ciência da informação conforme listados abaixo. Partimos de um levantamento nos periódicos da de Linguístca e Comunicação para extrair termos mais comuns e trazê-los para s busca na CI coletando dados de retorno de material bibliográfico que tratasse do tema.

O critério utilizado para enquadrar os artigos dos periódicos dentro do tema foi a análise do assunto, preocupando-se em detectar o termo “atos da fala”  e  “ Paul Grice”.

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